Ainda da tempo da gente repartir o pão...isso não está fora de moda.
O verão deu partida abriu alas para o inverno
as prais já não são como antes tem poucos banhistas
até o Cristo Redentor em meio a neblina fica ofusco
nas calçadas as caminhadas o passo é mais curto
motorizado com cuidado de vagar vai nas pistas
tem quem tem facilidade de escupir bonecos com a neve
outros por lazer faz fazer na neve esquiar
o frio tem poder de fazer o aumento do nosso apetite
mas já ouvi até quem me disse
que almeja logo o inverno passar
questionei com ele o porque desse anelo
me pediu licença e me relatou o porque e a razão
do nosso lado tinha um banco de pedra
logo sentamos e puxamos conversa
e entramos no foco da questão
o moço era de boa fala dava pausa e me escutava
logo notei que não se tratava de uma pessoa leiga
mas o que mas me despertou dele a atenção
foi ouvir do caro cidadão
que ele não era da nação brasileira
nascido na Inglaterra por sinal essa terra de muito inverno
me contou que com a neve muito brincou e curtiu
mas já crescido vivido formado em direito
de repente sentiu um forte desejo no peito
para imigrar para a nossa pátria Brasil
todavia muita história ele tinha pra contar
daqui a pouco eu te conto eu que dele eu escutei
até porque fis eu a questão
de ser cortes com o cidadão
dele mas ouvi do que falei
o nome do homem vai ser de ficção
até para não comprometê o caro leitor
por enquanto encerro aqui meu narrar
para que o Neto possa contar
a experiência que nessa pátria passou
apesar de ser europeu sou da cor escura
vim de longe andei de bonde tirei lazer
só não consegui o oficio da minha profissão
na ápoca imperava a discriminação
sem dinheiro pra voltar fis das ruas meu lar pra viver
o dinheiro foi acabando as roupas ficaram surradas
fechei os olhos e cai de joelhos no chão
questionei com Deus o porque do desalento
se longe de casa já não bastava o sofrimento
o porque da tamanha judiação
por um instante me calei e ouvi Deus me falar:
-Não chora faz a hora não espera acontecer
eu não te criei para uma miséria de vida
mas para lutar pela minha gente sofrida
que sem liderança nas andanças da vida nada sabem fazer.
dali já não me dei conta da minha raça e nem cor
uma esmola daqui outra da li fui conhecendo a cidade
nem foi demorado alguém me confiou um trablho na feira
não deu outra aceitei não bobiei não larguei a rabeira
sem acepção com mendigo ou não fui fazendo amizade
mas no tempo no relento passei fome e frio
pernoitando nas calçadas tomei bicuda de militar
já cuspiram na minha cara já me puseram pra correr
nunca roubei só apanhei desses ópios que não tem o que fazer
o que eu deixo na privada é o valor que pra eles eu posso dar
recreando passeando pela praça de Sé
em cima de um palanque avistei um barbudo falando
sem nada a perder dediquei a minha atenção ao que ele falava
meu peito se inflamou por liberdade quando o homem pronunciava:
-É por igualdade na sociedade que a gente junto pleiteando.
todavia ainda passei por mais algumas humilhações
com o que eu recebia na feira aluguei um pequeno quarto
ainda tive a sorte de não morar com a solidão sozinho
enxeridos atrevidos vieram ser meus vizinhos
uma cambada de pequenos e grandes ratos
foi então que certa vez lembrei da voz de Deus
me filiei a um partido político e me sindicalizei
levantei a bandeira dos desabrigados
não fui pra ser nenhum candidato
mas pra defender os desassistidos eu me empenhei
conhecia minha morena com quem me casei
montei meu comercio comprei uma casa de negra a cor
a onde compartilho meu espaço meu pedaço de chão
com os desassistidos esquecidos pelo estado pela nação
pra tirar das ruas o que eu poder de morador
você está me vendo com essa mala preta na mão
fis como o povo que foi para as ruas seu direitos conquistar
fui no planalto pedi insisti não desisti que até consegui
verba que é enviada para construir morada minha parte eu fis
agora vou em busca do sem teto para por em prática o projeto de construir casa para ele morar !
sem palavras o poeta aqui vai se despedindo
ainda existe gente honesta que tem amor para compartilhar
enquanto enquanto tem alguns excrementos engravatados
como político abusando do cargo
que só lembra do povo na hora do povo vota !
"FIM"
Poesia : Vamos dizer não a miséria e sim a solidariedade.
Data : 06/08/2013.
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