R E C O R D A R F A Z B E M
Eu creio que não há ninguém que não tem
saudade de algo na vida
uns é do tempo de infância
outros é da lembrança
da sua terra querida
conheço uma amiga que tem
saudade da sua infância
compartilho com ela a saudade
pois com ela convivi boa parte
desse tempo que não sai da lembrança
vou reviver um tempo passado
um sitio é o palco da história que vou lembrar
você lembra do forno de barro
da onde saia bem assado
os pães que a tia gostava de assar
como esquecer dos pés de ameixa
também dos de goiabas
do rio do sitio do vizinho
a onde uns peixinhos
as vezes a gente pescava
da saudade da poeira do chão da estrada
dos amigos que vinham brincar
no campinho bem gramado
vinha amigos de todo lado
vinha do varginha vinha do sábia
ai que saudade que da ai que saudade que da
a gente gostava de brincar na chuva
mesmo que tinha que pisar no barro
indo para a escola ou qualquer lado
a gente brincava com as tanajuras
lembra do doutor Alvoro e suas festas
de piaçaba a tia fazia vassoura pra gente varrer
ele vinha lá de longe da cidade
trazias ele suas amizades
acanhado as vezes eu queria me esconder
nós deixava os acessos bem varrido
não deixava uma folha no chão
Daniel Bone na TV
filme de faro este e karáte
e luta livre era a nossa atração
tempo bom esse que não volta mais
enquanto com sua irmã você de boneca brincava
bala de barro na fornalha eu o primo fazia
e depois animados a gente ia
todo dia para a mata da uma caçada
como esquecer da represa
do porto de areia do sitio dos padres
do Apolônio da venda do Dito
daquele tempo tão bonito
que voltar até ele da até vontade
alguns do nosso tempo faz tempo que foi
até a beleza do lugar foi embora também
o verde a estrada de terra a passarada
pode crer ainda está preservada
nas fotografias de quem tem
a luz da casa era de lampião a querosene
a água era fresca do poço é que vinha
uma coisa a gente jamais vai negar
naquele sitio naquele lugar
tranquilidade paz ha lá sim tinha
dos amigos da época alguns lembro o nome
tem o seu primeiro namorado
espera o nome dele eu vou falar
antes tem a Soninha para lembrar
do antigo amor o nome é Paulo
ha tempo bom esse que não volta mais
pular de corda brincar de pega pega
brincar de ciranda esconde esconde
não escolhia dia hora e nem a onde
para brincar de cobra cega
enquanto a tia os panos ia costurando
o tio na represa ia pescar
nós no fogão de brasa
no ponto despalhava
milho verde para assar
quantas quedas arranhões e machucados
nas ladeiras do sitio a gente sofreu
caindo de bicicleta no aprendizado
a gente na tentativa foi judiado
mas andar nela a gente aprendeu
a gente lembra até de musica da época
a gente ria daquela do João da praia
a onde a vaca vai o boi vai atrais
a gente lembra outras mais
como a velha que de baixo da cama bicho criava
eu não sei você mas eu gostava de ouvir
as pintas-silvas e sabia nos pés de paus cantar
mas eu e os meninos praticava judiação
na arapuca pegava rolinha azulão
juriti era de costume também pegar
a gente brincava de provocar os perus
mas era certo ter medo deles
viação sete de setembro passou
cmtc pouco tempo ficou
era muito lance de prazeres
mas conforme o tempo foi passando
a nossa infância foi ficando para traz
logo você ficou adolescente
como eu e outras gente
depois você moça e eu rapaz
eu duvido que enquanto a gente estiver nessa terra
a gente vai esquecer daquele tempo e do lugar
pelo menos para os nossos filhos e netos
uma coisa pode crer que é certo
umas histórias lindas a gente tem para contar
tem muitas coisas para a gente lembrar da infância
então vamos deixar para outro dia
vamos lembrar um pouco do Manesinho
do Mutuca seu Pedro e outros vizinhos
de muitas coisas que a gente fazia !
"FIM"
Poesia : Saudade da infância.
Poeta : Jose severino da silva neto.
Data : 28-04-2013.
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