domingo, 20 de janeiro de 2013





                                       


Meu  poema do dia:  vendaval.




um vento tempestuoso
passou aqui  e deixou seu rasto
seu rasto rasto patrimônios
desfez planos e sonhos
fez ele aqui um arruaço


patrimônio tombado tombou
fez os meus olhos marejar
quando vi a arvore tombada na praça
quando vi meu povo triste sem graça
do vendaval que fez arrastar


arrastou do povo o sorriso do rosto
arrastou da cidade o cotidiano
arrastou o que não deveria arrastar
passou onde não devia passar
mexeu com o coração do baiano


o leiteiro deixo de ir tirar o leite
o carro do gás deixo de passar
no rio debaixo da ponte da estrada
desgostosas a mulherada
roupa suja deixaram  de  lavar


de onde veio para onde foi já não interessa
o melhor era não ter por aqui passado
o lamento do povo que ainda sofre
que pergunta como é que pode
esse passar sem ser convidado  


ciente sou que foi obra da natureza
que Deus deu para acontecer a permissão
mas não me aqueto de falar
que o vendaval por aqui passar
do homem tem a parte da sua mão


ambicioso para ganhar dinheiro
desmata as matas faz carvão
pouco se importa com o futuro
para esses o que interessa é o lucro
extinguir o oxigênio não se importam não


vendaval quem te comprou para passar aqui
só não vou te desconjurar
porque culpado você não é da ação  
mas aproveitando a ocasião
por favor por aqui não vem mais passar


chorou Rute, chorou Dito, chorou João
chorou Carmélia,chorou Bento, chorou Rosa
chorou Cambuí, chorou Laginha,chorou Santa Luzia
chorou Firmino, chorou Pedro, chorou Maria
chorou Ponte de tabua, também chorou Lagoa nova


vento ventania vendaval
o que resta é refazer o  estragado
se poder por gentileza pesso ao senhor
se não é de mais me faça o favor 
quando passar não passe por esse lado


o violeiro que de noitinha toca na praça
nos últimos dias deixo de tocar
até os mancebos e as donzelas daqui
por sinal esses dias não vi
pela praça para poder namorar


 mas o mundo não acabou
 no filme da vida continuo a contracenar   
com os personagens sonhos e esperança
no filme "minha vitoria é sem vingança"
porque eu  sei a onde quero chegar


vou seguindo almejando um bom futuro
e o passado vou deixando para traz
é certo  que no filme da vida
as marcas das indesejáveis  feridas
sem mesmo eu querer comigo vai


Utinga pátria mãe do meu coração
de longe choro contigo essa dor
 não demora muito tempo
como passou  forte ai  um vento
logo piso no teu chão com meus pé caminhador




                                                                                                          "fim"







Poema: Vendaval.
  
 
Poeta: Jose severino da silva neto.

Data: 21/01/2013.


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