segunda-feira, 16 de setembro de 2013
"A HISTÓRIA DE FENFEM"
Nem tudo que brilha é ouro...não se iluda!
um dia aguniado com a seca
desidil fazer imigração
cansado de ficar com a mão empolada
de tanto arrastar enxada
o matuto tomou a decisão
imigrou -se para São Paulo
vendeu tudo o que tinha
pra comprar sua passagem
tirou os bichos das pastagem
uma mula magra e uma vaquinha
despediu da parentela e amigos
e seguiiu então estrada
ganhar dinheiro e muita fama
era o que mais o bacana
viajando então sonhava
o cabra quando chegou em São Paulo
estranhou ver tanta gente no lugar
assombrado perdeu a coragem
que já foi comprar a passagem
pra sua terra poder voltar
mas quando ele ia para o guichê
um rapaz pediu pra ele não voltar
e disse: pode contar comigo
eu sou o seu amigo
e comigo vai morar
o matuto aceitou o convite do moço
logo que chegaram na casa do rapaz
ele falou pro cabra da roça:
fique a vontade a casa é nossa
relaxa toma uma quente fica em paz
o matuto nem desconfiou que o moço
era um moço assumido que era guei
e o guei ao Fenfem começa a falar:
tira a roupa e vai se banhar
no entanto eu já me banhei
Fenfem acanhado vai pro chuveiro
de repente do nada ele vê uma mão
e uma voz dizendo assim:
o moço da roça eu to afim
de esfregar em você o sabão
o Fenfem era tão ingênio
que não percebia o que estava acontecendo
acanhado para o moço respondeu:
deixa que esfrego eu
e eu já estou te aborrecendo
o guei entrou pelado no banheiro
e foi pondo a mão no bingolim do Fenfem
o matuto deu um salto pra fora
e disse:abra a porta vou embora
comigo nem vem que não tem
muito avexado vestiu a roupa
do sofá da sala pegou a mala
e do vigésimo quinto andar
com medo de no elevador entrar
o matuto do prédio desceu escada
caminhando cabisbaixo sem direção
topou de cara com um poste
um cidadão por sinal educado
com um certo jeito teve o cuidado
de levantar o cabra do norte
o cidadão perguntou :qual o seu nome
e pra onde vai e de onde vem?
eu vim duma cidade do norte
arriscar nesse chão minha sorte
e o meu nome é Fenfem
o homem para o matuto se apresentou:
sou bancário me chamo Vava
mas te dou a intimidade
pela nossa grande amizade
pode me chamar de mamá
até parecia ser uma sina para o Fenfem
pois não era que o moço que lhe ajudou
feito como alguns minutos atrais
pois não era que o rapaz
era outro boiola que o Fenfem encontrou
mas você pensa que ele percebeu?
pode crer no que falo eu não minto
a onde o Fenfem nasceu e foi criado
não tinha mais nem lésbica nem viado
os que existiram foram extintos
o matuto aproveitando a ocasião
pediu emprego pro camarada
o efeminado sem perder tempo
levou ele para o seu apartamento
lugar que ele trabalhava
na chegada servil um café para o Fenfem
e disse: eu vou no quarto e volto já.
o matuto nunca tinha pegado um na mão
celular que estava posto a um balcão
e que não parava de tocar
logo o rapaz veio atender o celular
a prosa do moço era assim:
faço gostoso completo
tem espelho colado no teto
o serviço que eu faço é completo
Fenfem parado como uma mula empacada
só ouvia e queria entender
do homem qual era a profissão
pois como trabalhava o cidadão
o matuto queria aprender
para que os dois podecem prosear
o rapaz desligou o telefone
o Mamá perguntou pro Fenfem:
pra onde quer ir e de onde vem
e qual é o seu nome?
o meu nome é Fenfem de Parreira
eu vim da Vila Rica
mas das catingas meu senhor
deixei pra traz uma dor
pra trabalhar nessa terra bonita
lá eu trabalhava de lavrador
mas desejo aqui aprender
do mesmo jeitinho que tu trabalha
sem mesmo sair de casa
se não for incomodar você
e o Mamá liga o telefone
e em poucos segundos já começa a tocar
mesmo que você me pagasse Cris
pra sair do Brasil pra París
eu não iria só trabalho em meu lar
feito um tiro de espingarda
ligeiro o coração do matu danou-se a bater
foi que como trabalhava Mamá
só no telefone em seu lar
Fenfem do mesmo jeito queria fazer
de repente do Ap toca a a campânhia
pra dentro entra um moço alto vistoso
e segue para o quarto com o Mamá
que pede para o Fenfem aguardar
e disse que só iria fazer algo gostoso
na plenitude da ignorância do matuto
imaginou que o Mamá fosse cozinheiro
daqui a pouco ele ouve uma gemessão
procurou de onde vinha a direção
que por sinal era do banheiro
logo vem os dois do quarto pra sala
e o home alto vistoso pega a carteira
e para o Mamá da uma nota de cem
dizendo: até a semana que vem
pra continuar a brincadeira
o Fenfem levanta do sofá
e para o Mamá faz a exclamação:
gostei de ver seu Mamá
ver o senhor trabalhar
sem cara feia mas com animação
foi que o moço que acabou de sair
disse que logo iria continuar a brincadeira
o seu inteligente dotô Mamá
se não for incômodo pode me ensinar
trabalhar da sua maneira?
o Mamá pensava que o Fenfem
se tocou do que ele trabalhava
então disse ele para o matuto de Vila Rica
te ensinar em nada me complica
e nem vou te cobrar nada
o matuto deu um pulo pra cima do moço
e deu um abraço bem forte
no intimo ele disse assim:
o homem gostou mesmo de mim
aqui eu dei muita sorte
o Mamá pegou um caderno e uma caneta
e anotou o nome do cabra inocente
e assim passou a falar:
fica em paz pra você vou passar
dez por cento dos meus clientes
Fenfem ansioso fez a pergunta:
e quando eu começo a trabalhar?
o efeminado então respondeu:
depois de um cliente meu
com o próximo você vai começar
e a campânhia toca novamente
e o Mamá vai atender
antes de seguir para o quarto
ele fala pro Fenfem num tom baixo:
o próximo quem atende é você
o matuto na ansiedade pelo trabalho
caminhava no Ap pra lá e pra cá
o olho do Fenfem regalou
quando vil o quanto que o cliente pagou
pelo o serviço do Mamá
o Fenfem fixou os olhos na porta
e não via a hora da campâhia tocar
de repente feito uma cigarra ela tocou
no Ap um negão forte entrou
e o efeminado disse: Fenfem vai trabalhar
o matuto com o negão entrou no quarto
quando o sujeito começou a fazer a trama
o Fenfem perguntou qual era o trampo
o negão já nu pegou no tranco
e jogou o matuto pra cima da cama
foi um corre da qui um corre de lá
e o negão sem entender nada
falou para o cabra da outra cidade:
nossa seu trabalho tem novidade
você vai ganhar uma dinheirada
o Fenfem sacou do bolço um canivete
e apontou na direção do moço
disse: se você não me deixar em paz
sinto muito meu rapaz
eu arranco o teu pescoço
o negão se vestiu e saiu em disparada
o Mamá que tomava um vinho
admirado no ar sussurrou:
nossa como o Fenfem brincou
com o negão tão rapidinho
e com o canivete o matuto veio pra sala
e para o Mamá falou com um olhar de maldade:
mode que não sei porque tanto mal
mas não vai se aqui e nem nessa capital
que eu vou perder a minha virgindade
virado na gíraia escabriado o Fenfem
disse mais: você me abra a porta agora
e ligeiro me traz pra cá minha mala de viajar
que nesse mesmo instante desse lugar
decepcionado eu vou me embora
o coitado do Fenfem estava azarado
perambulando de noite na praça da sé
a ele pediram uma informação
do metrô a onde era a estação
por sinal foi uma mulher
ele respondeu para a senhora vistosa:
dona eu não sou da qui eu vim do interior
eu falo com uma pura sinceridade
eu não conheço essa cidade
na verdade eu nem sei a onde estou
a moça fingiu que teve pena dele
e perguntou se ele estava com fome
ele respondeu para a rapariga:
moça pra encher minha barriga
até pedra esse homem come
a rapariga estava sem grana e queria beber
ela levou o Fenfem para um bar
e fingindo está com pena do moço
pegou na mão dele abraçou seu pescoço
e pediu pro garçom um conhaque "Dubar"
o matuto pensando que ela tinha dinheiro
pediu na chapa um pão com manteiga
a dona era da quele lugar prostituta
e falava: garçom me escuta
agora me traz uma cerveja
e o Fenfem com uma fome de leão
pediu um prato feito pra comer
enquanto a rapariga
ia pedindo bebida
até umas horas pra beber
de repente com muita educação
a dona pede licença e para o banheiro partiu
e a dona seu menino
dela o rumo o destino
até hoje ninguém sabe ninguém viu
o dono do botéco chamou a polícia
a polícia levou o matuto para a delegacia
o delegado nos tramites da investigação
pergunta: o meu caro cidadão
a quela mulher você conhecia?
o matuto responde: seu delegado seu dotô
eu vim de longe não sou dessa terra
para o senhor eu me prósto de joelhos
e aqui estou como cego em tiroteio
eu não conheço e nunca tinha visto a cara dela
o delegado pergunta:
e agora quem a conta vai pagar?
o matuto como se fosse normal
sorrindo responde para o policial:
eu pago quando eu começar trabalhar
o delegado pensou que o cabra
estava mangando dele na cara de pal
bravo retrucou: seu palhaço seu tonto
eu não brinco no que conto
e me respeite que eu sou policial
o matuto ficou sério calou a boca
e feito uma criança disparou na choradeira
pois ele ficou muito espantado
achando que o doutor delegado
ia deixa-lo preso na cadeia
conversa daqui conversa de lá
o delegado deu para o matuto o alvará
mandou ele pegar sua mala
e se picar na estrada
e para a catinga então voltar
Fenfem feito raio saiu ligeiro
destinou-se para o terminal Tietê
a assistente social deu a ele a passagem
e para aumentar a bagagem
deu uns lanches para ele comer
mas antes de seguir seu destino pra roça
o matuto fez questão de falar:
aventurei e aqui tentei a sorte
mas prefiro o azar no norte
do que aqui nesse lugar
Fenfem voltou para sua terra natal
e se ajuntou com a sua parentela
viveu mais uns cinquenta anoa de vida
e depois deu partida
num caixão pra debaixo da terra!
"FIM"
Poesia : A história de Fenfem.
Poeta : Jose severino da silva neto.
Data : 2012.
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